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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Uma pintura de seus olhos




  Arandelle não podia acreditar no quanto as coisas haviam mudado. Ela e Colin se conheciam há pouco mais de dois anos, e repentinamente eles se aproximaram. Era como se o destino estivesse esperando pelo momento certo.

  A moça observava ele dormir. Analisando suas pálpebras fechadas e seus cílios escuros, ela esperava ansiosamente pelo momento em que ele abrisse seus olhos.

  Sentindo a respiração da outra, Colin acordou e se deparou com o olhar carinhoso que ela lhe dedicava. Arandelle ficava estupefata só de olhar a beleza de seus olhos azuis, eram sem dúvidas os olhos mais bonitos que já vira em toda a sua vida.

  - Eu poderia fazer mil pinturas dos seus olhos, mas eles nunca retratariam o quão bonitos eles são. – ela suspirou.

  - E eu poderia contratar o próprio Goya, e ele não pintaria seu rosto tão belo quanto ele é. – ele se levantou, e ficaram observando um ao outro por um tempo. A cada vez que se olhavam tentavam guardar cada detalhe do outro.

 - Não posso acreditar que até pouco tempo atrás a gente não tinha trocado nem uma palavra. – a moça sorriu.

 - E eu nem suportava olhar para você com esse seu nariz arrebitado de menina atrevida. – segurou o rosto dela com imenso carinho.

 - Eu não queria que esse momento acabasse. – Arandelle suspirou.

 - Não posso controlar o mundo, mas se eu pudesse... – ele franziu suas sobrancelhas, e seus olhos encheram-se de uma luz triste. Colin iria embora. Não pertenciam ao mesmo mundo. Ele voltaria para a sua guerra e sabia que morreria como herói para os olhos dos outros. Mas para seus próprios olhos, morreria como um tolo por não poder ter ficado com sua dama.

  - Colin... – ela tinha tanto a dizer, mas tudo se amontoava em sua garganta, saindo apenas o nome dele.

- Eu sinto muito por isso. – ele beijou-a com uma paixão triste. – Eu amo você.

   Arandelle observou seus olhos pela última vez, e então, fechou os seus, sentindo o mar que se formava. Ao menos se ele pudesse viajar no marejado de seus olhos, não teria que partir com seu navio e se deixar afogar em um oceano que não conhecia.

  Quando ela abriu os olhos novamente, ele já havia partido. Ela estava sozinha no quarto com o nome dele em seus lábios.






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