Neverland pensei_falei@hotmail.com - -

terça-feira, 14 de março de 2017

16 de julho de 2016.



  Eu tinha acabado de voltar de uma viagem de quatro dias pro Rio com Carina e estava exausta. Fomos a uns dois luais, aonde soltaram fogos por motivo nenhum, mas que trouxeram uma animação que eu desconhecia. Íamos a festas cheias de luzes e dançávamos como se as noites do mundo fossem acabar. Conhecemos pessoas com uma facilidade que nunca antes eu imaginei que teria. Acho que grande parte da responsabilidade disso foi dos cariocas que são muito receptivos, mas quero crer que também estou mais aberta com as pessoas.
  Já estávamos em cartaz há quase seis meses quando a companhia optou por essa pausa. Voltamos a nos apresentar ainda no final dessa semana, no entanto. De qualquer forma, essa viagem me deu uma energia e tanto.
  Chego em nosso apartamento já jogando as malas no canto, arrumo depois. No momento, o que preciso mesmo é pintar. Como eu não tinha descoberto essa minha afinidade com esse tipo de arte antes é algo que não sei responder. Digo, o teatro é tudo que sempre quis, mas há algo de instantâneo e presencial nele que torna qualquer filmagem uma experiência vã perto do espetáculo em si. Mas a pintura não. Ela consegue conter em si toda a arte que quero que sobreviva mesmo a mim por tempo indefinido.
  Começo desenhando uma menina sobre uma árvore. Ela estava fugindo. Fugindo de todo o barulho da cidade. Mas quando ela vê o oceano, ela escuta o mesmo burburinho e percebe então que o som incômodo vinha dela mesma. Talvez ela cresça sem conseguir mudar isso e continue pequena e amedrontada dentro de si. Mas acho que não. Eu quero acreditar seriamente que ela irá mudar as coisas que pareciam imutáveis e vai crescer em paz. Sem permitir-se ser cerceada nunca mais.

0 comentários:

Postar um comentário

Seguidores

Popular Posts

Quem sou eu

Minha foto
Escritora, professora, universitária, leitora ávida, amante das artes.
Tecnologia do Blogger.